
A temporada de 2023 foi amarga para 16 clubes que sofreram, nas Séries A, B e C, com o rebaixamento às divisões inferiores do Campeonato Brasileiro. Porém, para cinco destas, a dor da queda foi ainda maior. Isso porque Santos, Tombense, Altos-PI, Manaus e Pouso Alegre-MG, equipes que jamais haviam sido rebaixadas na história do Brasileirão, caíram para as Séries B, C e D da próxima temporada.
É importante frisar que, para critério de compilação dos dados desta matéria, foram excluídas as equipes que jamais jogaram qualquer divisão do Campeonato Brasileiro em suas histórias e até mesmo aquelas que participaram apenas da Série D do Brasileirão até hoje, haja vista que a 4ª divisão não prevê nenhum tipo de rebaixamento. Também não fazem parte da lista quaisquer dados referentes a rebaixamentos em campeonatos estaduais.
A conta hoje é a seguinte: dos 60 clubes que vão disputar as séries A, B ou C em 2024 — e que, portanto, possuem risco de serem rebaixados —, 12 deles nunca caíram de divisão. Destes, três estão na Série A, três na Série B e seis na Série C do Campeonato Brasileiro.
Clubes das Séries A, B e C de 2023 que nunca cairam
Campeonatos | Clubes |
Série A | Cuiabá, Flamengo e São Paulo |
Série B | Grêmio Novorizontino, Mirassol e Amazonas |
Série C | Aparecidense, Botafogo-PB, Floresta, São Bernardo, São José-RS e Ypiranga-RS |
A temporada 2023 do futebol brasileiro, inclusive, marcou cinco quedas inéditas. Além do Santos, rebaixado pela primeira vez em seus 113 anos de vida, Tombense, na Série B, e Altos-PI, Manaus e Pouso Alegre-MG, na Série C, foram rebaixados. Fora o Peixe, as demais equipes haviam saído da Série D para às divisões superiores nos últimos anos. Ou seja, haviam apenas subido de divisão, mas nunca caído.
A grande dúvida que permeia a cabeça do torcedor neste momento pode ser: por qual motivo tantas equipes consideradas “incaíveis” não estão na elite do futebol nacional, sendo que alguns, inclusive, já chegaram a disputar, em algum momento da história, a elite do futebol brasileiro? A explicação está na variedade de fórmulas que classificavam os times para as competições nacionais por meio dos estaduais nas últimas décadas.
É válido lembrar que entre as décadas de 70 e 80, houve, ao todo, nove mudanças de regulamento na elite do futebol brasileiro. Nesse cenário, um determinado clube até podia ir bem no Campeonato Brasileiro, mas acabava por ficar de fora no ano seguinte por não ter feito uma boa campanha no estadual.
O cenário de equipes que chegam longe no campeonato nacional, mas que acabam ficando de fora da edição seguinte do certame é algo que acontece de forma recorrente no presente formato da Série D. Muito por isso, a atual contagem de 12 clubes que nunca foram rebaixados pode aumentar em breve. Isso porque uma série de equipes que disputam recorrentemente a 4ª divisão do Brasileirão jamais disputaram, nos moldes atuais, qualquer uma das três principais divisões do campeonato nacional.
Historicamente, o primeiro campeonato nacional que previu rebaixamento em seu regulamento foi a Taça de Ouro de 1982. Naquela época, os últimos colocados de cada grupo — que eram oito no total — acabaram rebaixados para a Taça de Prata, que equivalia à 2ª divisão da época. Estas equipes acabaram disputando as fases finais da competição naquela mesma temporada. Foi assim que, por exemplo, a Juventus-SP “caiu” para a Série B em 1983, mas no mesmo ano conquistou o título da Segundona.
Reviravoltas e viradas de mesa
Os números de equipes rebaixadas a preço de hoje, no entanto, poderiam ser diferentes. Isso porque, ao longo da história do Campeonato Brasileiro, muitos rebaixamentos foram cancelados, e as famosas “viradas de mesa” aconteceram. Uma das mais conhecidas delas aconteceu no Brasileirão de 1996 e acabou salvando Fluminense e Bragantino da queda para a Série B. O efeito cascata chegou à Segundona e, consequentemente, evitou os rebaixamentos de Goiatuba, Sergipe e Central para a Série C.
GE